Reprodução / GloboPaulo Pezzolano não é do tipo que cultiva amizades no ambiente de trabalho. O técnico uruguaio de 42 anos, alvo do Internacional, valoriza sobretudo o profissionalismo. Isso não significa que ignore a relevância de um clima harmonioso no vestiário ou que imponha decisões de forma autoritária, longe disso. Porém, cobra organização rígida e respeito às normas estabelecidas.
Essa postura marca toda sua trajetória como comandante. Desde os primórdios no Liverpool-URU há sete anos, passando pela experiência europeia, sempre colocou a seriedade e dedicação intensa como pilares fundamentais, além de desenvolver não apenas atletas, mas também integrantes de suas comissões técnicas. Tanto que três deles já partiram para assumir times como treinadores principais. A conhecidos, revela apreciar essa dinâmica de auxiliares ambiciosos por comandar equipes. Segundo ele, é uma estratégia para elevar o padrão do grupo.
Martín Varini, seu assistente no Cruzeiro, foi promovido a técnico do Juarez-MEX e atualmente está no Necaxa-MEX. Para sua vaga, chegou Joaquin Papa, que assumiu o Liverpool-URU e posteriormente se transferiu para o Independiente del Valle-EQU. No clube uruguaio, foi contratado Camilo Speranza, que também trabalhou junto a Pezzolano.
Passagem vitoriosa pelo Cruzeiro
Antes de rumar para a Europa, Pezzolano enfrentou um desafio árduo no futebol brasileiro. Comandou o Cruzeiro na Série B e conduziu a instituição mineira para finalmente escapar do calvário da segunda divisão. Com uma campanha consistente, faturou o título da competição, superando Grêmio, Bahia e Vasco, os demais promovidos à elite. Já havia decidido deixar o clube logo após a competição, mas solicitou alguns meses extras para disputar o Estadual, numa parceria com Ronaldo Nazário, então proprietário da SAF celeste.
Esse contexto é relevante porque logo após sua saída, foi contratado pelo Valladolid, clube igualmente gerenciado pelo Fenômeno. Assumiu o time faltando 11 rodadas para o término, mas não conseguiu evitar o descenso, mesmo conquistando resultados marcantes, como a vitória de 3 a 1 sobre o Barcelona. Mantido para a segunda divisão espanhola, converteu o acesso em segundo lugar, com vaga direta, dispensando playoffs. Dirigiu 17 partidas na La Liga no ano seguinte, quando deixou o Valladolid.
Passagem relâmpago e conturbada no Watford
Assumiu o Watford, da Inglaterra, para a disputa da segunda divisão, mas permaneceu apenas 10 partidas. Pezzolano foi contratado pelos Hornets em 13 de maio, substituindo Tom Cleverley, demitido sete dias antes.
O uruguaio teve início irregular no Campeonato Inglês, apesar de significativo aporte financeiro no mercado de transferências. Comandou a equipe em 10 jogos oficiais em todas as competições. O Watford conquistou apenas cinco pontos nas primeiras seis rodadas do campeonato, mas somou sete nos últimos três jogos e estava a apenas três pontos da zona de classificação para os playoffs.
Pezzolano viu sua equipe virar o jogo e vencer o Oxford por 2 a 1 no último fim de semana, em sua derradeira partida no comando.
O período de 42 anos no comando da equipe é o terceiro mais curto da história do Watford, atrás apenas de Oscar Garcia (quatro jogos, em setembro de 2014) e Billy McKinlay (dois jogos, de setembro a outubro de 2014).
Perda do controle do vestiário
O Watford demitiu Pezzolano por acreditar que ele havia perdido o controle do vestiário, após apenas 10 jogos no comando do clube. Entende-se que teve desentendimentos com vários jogadores do elenco durante seus cinco meses como treinador principal.
O clube realizou consultas e conversou com o City Group antes de contratar o técnico de 42 anos, mas acredita que ele tentou mudar excessivamente, de forma acelerada e inadequada.
Acredita-se que os dirigentes ficaram perplexos com algumas decisões tomadas por Pezzolano, principalmente por ter escalado o atacante Kwadwo Baah como titular apenas duas vezes no campeonato e o zagueiro Formose Mendy, emprestado ao clube, apenas uma vez, atuando como ala-direito.
O retorno dos jogadores à diretoria indicou que as orientações sobre formação e táticas não vinham sendo claras. Entende-se que a diretoria do Watford considera que Pezzolano não se esforçou para se conectar com os torcedores, concedendo entrevistas exclusivamente em espanhol. Os torcedores cantaram "você vai ser demitido amanhã" no intervalo do empate em 2 a 2 contra o Portsmouth na semana anterior.
Foram 10 jogos, com três vitórias, três empates e quatro derrotas, nesse que foi o trabalho mais breve da carreira do treinador. Pezzolano explicou o motivo de sua saída, citando algumas questões extracampo como preponderantes para a decisão.
"Foi uma experiência curta, mas muito boa para mim. Eu acredito e tenho uma maneira de trabalhar muito profissional, muito direta. Aconteceram coisas internamente, mas, o mais importante, é que, esportivamente, o time estava bem, fizemos sete dos últimos nove pontos (que disputamos), o time vinha crescendo dentro e fora do campo. A passagem foi boa, eu acho que foram coisas extracampo, não tenho muito claro o que aconteceu", disse.
"Para conseguir os grandes objetivos, para mim você tem que sair de uma zona de conforto, tem que passar por momentos difíceis, dia a dia, trabalhando, para fazer um time forte como fizemos em todos os times em que estivemos. Foi curto, mas muito feliz", prosseguiu.
"Para mim é sempre um crescimento, uma experiência, porque você tem muitos jogadores de diferentes lugares, diferentes culturas. Eu trabalhei no Uruguai, México, Brasil, Espanha, Inglaterra, todas culturas diferentes. Você vai ganhando experiência, encontrando diferentes vestiários, é muito crescimento para mim. Estive em uma liga muito difícil de estar, acho que fui o primeiro uruguaio na história desde o (Gustavo) Poyet, que ficou muito tempo na Inglaterra. Foi algo muito bom."
Ainda sobre a experiência na Inglaterra, Pezzolano afirmou que a sua saída foi por um motivo muito específico, mas que de fato, nos últimos anos, a cultura na Europa em relação aos treinadores vem mudando.
"Foi algo específico (minha saída). Muitos treinadores passaram pelo Watford em poucos anos, nos últimos cinco passaram 12, 13 treinadores, nos últimos 10, 23, 25 treinadores. Foi algo muito específico, mas a Europa também está mudando. Todos querem resultados imediatos, isso está mudando no mundo, antes só se falava disso na América do Sul. Na Inglaterra trocam, mas não tanto, eles sabem que um projeto, um trabalho alinhado por muito mais tempo vai dar muito mais resultado", disse.
"Antes da minha demissão, saíram dois ou três treinadores na Premier League e Championship, agora já saíram mais cinco ou seis. Está se tornando algo mais comum, mas esse é o futebol e como treinador você precisa saber disso. Mas foi a primeira vez que aconteceu comigo, sair de um time depois de seis meses. Antes disso, a minha experiência mais curta foi no Cruzeiro, que fiquei um ano e quatro meses, mas é porque eu quis sair. Depois estive dois anos e pouco e outros projetos. É algo novo, mas tudo serve de experiência."
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