Texto por Colaborador: Redação 12/12/2025 - 13:53

O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, reconheceu nesta sexta-feira que a direção errou na avaliação do elenco para 2025. Em entrevista coletiva quase uma semana após o clube escapar do rebaixamento na última rodada do Brasileirão, o dirigente admitiu que a necessidade de redução da folha salarial e o cuidado com o endividamento acabaram impactando diretamente na montagem do time.

Segundo Barcellos, a direção acreditava que o Inter não correria riscos de queda, mas a análise se mostrou equivocada ao longo do ano.

“Tínhamos a necessidade de redução da folha, já tínhamos orientação do Conselho Fiscal de um cuidado com endividamento, e tomamos a decisão entendendo que não traria esses riscos que corremos no final do ano. Temos que reconhecer que erramos na montagem do equilíbrio do grupo, em termos técnico, físico e mental. A formação do grupo tem carências importantes. Quando a gente percebe todas essas questões, já não tinha mais janela”, afirmou o presidente.

Ele destacou que a equipe cumpriu metas no primeiro semestre, mas o impacto financeiro fez o rendimento despencar após a metade da competição. Barcellos projetou um ano de ajustes e reorganização, sem promessas de títulos.

“Vai ser um ano de recuperação, não vamos prometer títulos. Vamos prometer muito trabalho. Será uma reestruturação financeira, buscando suprir carências que entendemos que existem. Não vamos gerar expectativas; precisamos recuperar credibilidade no mercado.”

Questionado sobre renúncia, Barcellos descartou deixar o cargo antes do fim do mandato, em 2026.

“Página virada, olhar pra frente. Temos um desafio de um ano de gestão ainda, portanto responsabilidade com o clube…”

“Existem regras, existem caminhos. É perigoso quando a gente navega num caminho diferente. Gera instabilidade, isso é ruim para o mercado, para as relações, para os jogadores que estamos conversando.”

Declarações adicionais de Barcellos

“Kaique Rocha veio com custo baixo. Não teve custo de transferência. Com a volta do Mercado, ele passou a ser a 6ª opção. Zagueiros ganham cartões, se lesionam… o Inter não tinha condições financeiras de ter cinco em nível de titularidade.”

“Nós vamos jogar a Copinha com o Sub-17 para que o Gauchão seja disputado com diversos jogadores do Sub-20. É um risco que vamos correr.”

“Nós tivemos a avaliação que era possível chegar com esse elenco. Erramos. Tenho humildade pra dizer isso. Tínhamos perspectiva de disputar até um G-9. Trocamos o treinador e as coisas também não andaram bem.”

“Estamos dispostos a trabalhar para que o presidente que chegue em 2027 tenha um Inter melhor. Nem que isso signifique cortar na carne.”

“É difícil fazer futebol com a 13ª folha do Brasil. Inter é o 4º clube brasileiro com melhor aproveitamento na história dos pontos corridos.”

“Desde o jogo contra o Atlético-MG no Beira-Rio já sabíamos internamente que a luta era contra o Z-4. Sempre trabalhamos com esse cenário.”

“Para o contexto de pressão, tivemos poucas brigas. Deveria ter tido mais dentro do vestiário. Foram coisas pontuais.”

“Sobre abaixo-assinado de renúncia: se estiver dentro das regras do jogo, vamos jogar com as regras do jogo. Mas isso coloca o clube em risco. Vai tirar um presidente a cada resultado ruim? Isso trará insegurança para qualquer gestão.”

“Só posso prometer muito trabalho. Uma remontagem de equipe. Será um período de reestruturação financeira. Temos processos na FIFA e queremos que todos sejam honrados.”

“O torcedor tem razão na sua cobrança. Ninguém está feliz com o momento do Inter.”

“Vale a pena um processo de renúncia que dura 5, 6 meses se tem eleição daqui a 10? Temos que respeitar os processos estatutários do clube.”

“Nós nunca tivemos seis meses de salário atrasado. Fizemos a opção de manter o salário em dia ao invés de pagar algumas dívidas. Para o ano que vem, a realidade é outra: não podemos atrasar salário.”

“A dívida da Série A pulou de 9 bilhões para 16 bilhões em 2024. Os custos do futebol brasileiro são absurdos. Poucos clubes têm credibilidade hoje. Nossa prioridade foi manter salários em dia.”

Categorias

Ver todas categorias

Carbonero vale o investimento de R$22 milhões?

Sim

Votar

Não

Votar

96 pessoas já votaram