Texto por Colaborador: Redação 12/12/2025 - 05:00

Um grupo de conselheiros do Inter protocolou nesta semana um requerimento formal direcionado ao presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Juchem, questionando a viabilidade do orçamento de 2026 e cobrando esclarecimentos sobre operações financeiras controversas. O documento solicita o adiamento da sessão de 15 de dezembro, que analisaria a proposta orçamentária, e exige a reformulação completa da peça.

O cerne da crítica recai sobre a incongruência entre as projeções financeiras e a realidade do clube. Os conselheiros apontam que a proposta do Conselho de Gestão inclui receitas baseadas em direitos e premiações de competições sul-americanas. O problema é que, após o fracasso no Campeonato Brasileiro recém-encerrado, o Inter não garantiu vaga em nenhum torneio internacional, tornando essas projeções completamente inviáveis.

Diante do cenário, o grupo demanda a elaboração de um novo orçamento condizente com a realidade esportiva e financeira atual, que deverá passar novamente pelo Conselho Fiscal antes de retornar ao plenário do Conselho Deliberativo.

LFU: operação milionária sem transparência

Além da questão orçamentária, o requerimento cobra explicações sobre uma operação que envolveu R$ 106 milhões e permanece obscura: a recompra ou devolução de 10% dos direitos ligados à Liga Forte União (LFU) e seu impacto nos exercícios de 2023, 2024 e 2025.

Em 2023, o clube contabilizou R$ 211,8 milhões líquidos provenientes da venda inicial de 20% dos direitos da LFU como "Outras Receitas Operacionais". Na época, o próprio Conselho Fiscal já havia classificado esse reconhecimento integral da receita em um único exercício como um "critério altamente discutível".

Posteriormente, o Inter teria optado pela recompra de metade da porcentagem cedida, reduzindo a alienação para 10% dos direitos futuros. Essa operação, concretizada em janeiro de 2025, teria representado a renúncia ao recebimento de parcelas que somariam aproximadamente R$ 106 milhões. A denúncia grave é que a gestão e o Conselho Fiscal não abordaram essa operação milionária em nenhum documento orçamentário ou suplementação, gerando total falta de transparência.

O requerimento é assinado por representantes de cinco movimentos políticos do clube: Movimento Inter Maior, Movimento Avante Inter, Movimento DNA+ Colorado, Movimento Inter Grande e Movimento União Colorada.

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